Na sua Mensagem para a Quaresma, o Santo Padre desafia-nos a prestarmos maior atenção aos outros e a estimularmo-nos, na prática do amor e das boas obras. Somos agora convidados a «prestar atenção», a observar bem, a estarmos atentos, a olhar conscienciosamente e a darmo-nos conta sobretudo do que não vai bem, ou podia ir melhor, na nossa própria vida! Não vá acontecer de vermos um argueiro na vista do outro e não nos darmos conta de uma trave na nossa (Lc.6,41)! À luz da Mensagem do Santo Padre, inspirada na exortação da Carta aos Hebreus (10,24), deixemo-nos interpelar por algumas perguntas, num breve exame de consciência:
1. Vivo a minha fé, de modo individualista, esquecendo-me de que sou membro do mesmo Corpo de Cristo, que é a Igreja? Ou procuro viver a fé, em comunhão com os outros, estimulando-os, no caminho do amor e na prática das boas obras?
2. Vivo a minha vida cristã, como um velho hábito e um peso, um cansaço e uma rotina, sem beleza, nem melhoria? Ou procuro, todos os dias, crescer em santidade, na certeza de que, «no caminho da fé, quem não avança, recua»?
3. Tenho o costume de abandonar, sem motivo grave, a assembleia litúrgica e a vida da minha comunidade paroquial? Ou levo a peito o cuidado pela vida espiritual, através da Oração diária, da celebração da reconciliação e da participação dominical na Eucaristia?
4. Tenho o meu coração endurecido, por uma espécie de «anestesia espiritual», que me torna cego ao sofrimento dos outros e surdo ao brado dos pobres? Ou deixo brotar do meu coração as sementes da solidariedade, da justiça, da misericórdia e da compaixão, para com os que mais sofrem? Estou particularmente atento às dificuldades dos meus familiares mais próximos?
5. O meu coração está completamente absorvido pelas minhas coisas e pelos meus problemas? Ou interesso-me realmente pelos outros? Tenho verdadeira solicitude tanto pelo bem material como pelo bem espiritual dos outros?
6. Fico calado, desinteressado e indiferente, diante do mal, por medo, aparente respeito humano, mera comodidade ou vergonha? Ou sou capaz de corrigir os que erram, com amor, mansidão e verdadeira humildade, deixando-me eu próprio corrigir pelos outros?
7. Recuso-me a «pôr a render os talentos» que me foram dados, por Deus, para o bem de todos? Ou manifesto disponibilidade, para servir mais e melhor a família, a sociedade e a comunidade cristã, de que faço parte?