quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Jesus o Cordeiro de Deus

Com especial solenidade, o Evangelho de S. João narra duas vezes a apresentação que S. João Baptista faz de Jesus aos seus próprios discípulos: “Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1, 29.36).
A figura do cordeiro pascal ocupa grande lugar no Novo Testamento. Paulo apresenta Cristo como nosso verdadeiro cordeiro pascal (1Cor 5,7); Pedro vê em Cristo “o cordeiro sem defeito nem mácula, conhecido antes da fundação do mundo e manifestado no fim dos tempos” (1Ped 1,19-20). A figura do Cordeiro imolado domina todo o Apocalipse.

No que diz respeito ao quarto evangelho, a melhor maneira de interpretá-lo consiste em descobrir o jogo das coincidências entre os textos. O relato da paixão termina com uma citação que evoca o ritual do cordeiro pascal: “Nenhum osso lhe será quebrado (Jo 19,36). Ora, João tivera o cuidado de rectificar a cronologia sinóptica situando a processo e a morte de Jesus na véspera da Páscoa judaica (Jo 18,28). Jesus morre, pois, na hora em que, no Templo, imolavam-se os cordeiros. Assim se realiza a profecia misteriosa de João Baptista.

De que forma triunfa do Pecado? A 1ª epístola de S. João emprega o vocabulário estritamente sacrificial: Jesus é a nossa vítima de expiação. O texto do Evangelho de João não significa obrigatoriamente que Cristo traga em si o pecado do mundo, como o Servo de Deus (Is 53, 10-12). Cristo retira o pecado do mundo, como o Cordeiro da Páscoa, sem que haja necessariamente insistência no papel do sangue.......

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