A imagem da primeira comunidade cristã revela a essência da Igreja. Nela será constante a presença e acção do Espírito que a convoca como a força integradora, que a enriquece com os seus dons e a torna missionária, tanto pela sua existência que atrai pela simpatia que irradia, como pelo anúncio corajoso do Evangelho.
O Espírito Santo está presente no empenhamento diário de viver a vida cristã e de vivê-la com espírito missionário; está presente na canseira da animação missionária para dar às nossas Igrejas uma abertura universal e a todos uma fé viva que, corajosamente, saiba anunciar Cristo a todas as gentes.
O Espírito Santo unifica a Igreja: há grande diversidade de membros na Igreja: diversidade hierárquica e carismática. Há quem manda e quem obedece. Entre os que mandam há quem o faz com o poder universal e outros com poder limitado. Há quem tenha diversos carismas…
O amor unifica a Igreja e o Espírito unifica-a por amor.
O Espírito sopra onde quer. Isto sugere que, em cada um, há carismas próprios para o serviço da Igreja e que Deus oferece os seus dons a todos os que crêem nele. O ser humano, só por si, não consegue entender o mistério de Deus. Precisa da força do Espírito que lhe ilumine a inteligência:
o dom da sabedoria permite encontrar Deus e a sua verdade;
o dom do entendimento apoia-o no conhecimento das verdades reveladas por Deus;
o dom da ciência ajuda-o a descobrir o preciso valor das coisas e das pessoas sem supervalorizá-las ou desvalorizá-las.
O Espírito do Senhor está presente na fraqueza humana. O ser humano é inclinado para o mal. A sua vontade pode ser fortalecida pelo Espírito que infunde nela os seus dons:
o dom do conselho para que saiba discernir entre o bem e o mal, o certo e o errado e optar pelo melhor uso da sua liberdade;
o dom da fortaleza sustenta a vontade humana para ultrapassar as dificuldades normais que a própria condição humana contém.
Os dons da piedade e temor de Deus são a expressão do mesmo amor que caracteriza aqueles que aderiram incondicionalmente a Jesus Cristo, numa fé consciente e livre:
pelo dom da piedade, amamos a Deus com o coração de Deus, com o dinamismo do Espírito Santo que é o amor na Trindade;
pelo dom do temor, o ser humano ama tanto que apenas receia não dar a Deus tudo quanto Deus tinha direito a exigir-lhe.
A Igreja necessita de permanente assistência do Espírito que a anima com os seus dons.
São estes dons que manifestam os sinais visíveis do Espírito do dia de hoje assim como os próprios contra-sinais através da não vivência estes mesmos dons.
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