“A fé sem obras está morta” (Tg.2,17)! Esta é, com certeza, uma verdade incontestada e incontestável. Todos diremos, sem quaisquer hesitações, que o amor é a expressão mais concreta e real da nossa fé, pois só a prática do amor, com as suas obras, dá um sinal claro de quanto, e até onde, Cristo nos conquistou o coração; de quanto Ele nos moveu até Ele e nos comoveu, voltando-nos mais para os outros! Então, como São Paulo, poderemos dizer: «o amor de Cristo nos impele» (I Cor. 5,4). Está, por isso, cheio de razão São Tiago, ao dizer-nos hoje: «mostra-me a fé sem as obras, que eu, pelas obras, te mostrarei a minha fé» (Tg.2,18). Isto, no fundo, quer dizer: «só a minha disponibilidade para ir ao encontro do próximo e demonstrar-lhe amor, é que me torna sensível também diante de Deus» (Bento XVI, DCE 18). Ou, dito ainda de modo mais simples e direto: “a fé sem a caridade não dá fruto” (PF 14). Nesta perspetiva, o Santo Padre desafia-nos a que “o Ano da Fé seja também uma ocasião propícia para intensificar o testemunho da caridade” (PF 14).
Mas que diríamos nós das obras sem a fé? Diz-nos ainda o Papa, sem papas na língua: “sem a fé, a própria caridade seria um sentimento constantemente à mercê da dúvida”. Pois, se uma fé, sem obras, é uma ilusão sentimental, também as obras, sem a fé, se tornarão facilmente “obras de fachada”. Só a fé, que atua pelo amor (cf. Gal. 5.6) pode realizar as verdadeiras obras, aquelas que não servem à nossa vaidade, mas estão ao serviço dos outros e “glorificam o Pai, que está nos céus” (Mt.5,16). Sem fé, as obras elevam as mãos humanas mas escondem as mãos de Deus, “o autor de todo o bem”!
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