A Igreja, como Mãe, gera, cria e educa na fé os filhos de Deus. O Catecismo da Igreja Católica exemplifica: “É em Igreja, em comunhão com todos os baptizados, que o cristão realiza a sua vocação. Da Igreja recebe a Palavra de Deus, que contém os ensinamentos da ‘Lei de Cristo’; da Igreja recebe a graça dos sacramentos que o sustentam no ‘caminho’; da Igreja recebe o exemplo da santidade”.
E além disso, entre tantos outros aspectos do seu serviço materno, a Igreja permanece continuamente pendente dos seus filhos para lhes dar alento e os consolar, para os atender e mil maneiras, para os esperar e os receber no regresso se afastarem, e para lhes mostrar sempre o caminho da esperança que, através de Cristo e pela acção do Espírito Santo, conduz à casa eterna do Pai.
Tenhamos presente o n.º 2 da Lumen Gentium do Concílio Vaticano II: “E, aos que crêem em Cristo, decidiu chamá-los à santa Igreja, a qual, prefigurada já desde o principio do mundo e admiravelmente preparada na história do povo de Israel e na Antiga Aliança, foi constituída no fim dos tempos e manifestada pela efusão do Espírito, e será gloriosamente consumada no fim dos séculos”.
Etimologicamente, “igreja” é um termo proveniente do grego (“ekklesia”), que por sua vez traduz a palavra hebraica “qahal”, e que significa tanto “assembleia convocada” como “assembleia reunida”. O vocábulo emprega-se no Antigo Testamento para assinalar Israel como “comunidade santa” e como “povo de Deus” reunido para o culto e louvor de Yahvé.
A Igreja surge como um projecto trinitário. A História da Salvação começou no momento da queda de Adão e Eva, passou pela eleição de Israel como povo de Deus, alcançou o seu centro e cume com a encarnação, morte e ressurreição de Jesus, o Salvador, e prossegue agora o seu curso até se completar no final dos tempos com a instauração definitiva do Reino de Deus. Este é o “tempo da Igreja” – àquele que vai, desde a sua fundação por Cristo e a vinda do Espírito Santo no Pentecostes, até à sua futura consumação no final dos tempos.
Não podemos avançar sem trazer aqui as palavras de Jesus do Evangelho segundo S. Mateus (Mt 16, 18): “Eu te digo que tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja”. A Igreja não se entende sem Cristo, que a fundou para perpetuar na história a sua missão. Por isso, a Igreja é “sacramento universal de salvação”, quer dizer, sinal eficaz e real da acção redentora de Cristo entre todos os homens até ao fim dos séculos. Resumindo, a Igreja salva, enquanto é portadora em plenitude dos poderes e dos meios de santificação com que Cristo a dotou.
Para mim, a Igreja continua a manifestar este terno sentido maternal. Acolhe, recebe, ampara, ensina, alimenta…, tudo para aqueles que verdadeiramente querem conhecer a Jesus Cristo e atingir a plenitude da salvação. Muitos são aqueles que continuam dispersos, longe deste sentido maternal, muitos são aqueles que entendem a Igreja apenas como serviço. Para lá de tudo isto, eu entendo e vivo a Igreja na linha do que nos diz São Pedro: “Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação régia, povo adquirido por Deus, para proclamar as obras maravilhosas d’Aquele que vos chamou das trevas para a sua luz maravilhosa. Vós que antes não éreis povo, agora sois povo de Deus”.
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