A história humana, desde o começo, reflecte a presença do mal no homem e as suas ânsias de libertação. O mão e o sofrimento constituem uma experiencia universal. Também a eles se refere a Sagrada Escritura no livro dos Génesis, assinalando que o homem é imagem de Deus, e que o mal entrou no mundo por livre eleição do homem, que Deus fez fiel ao projecto criador inicial oferecendo ao homem um salvador. Eis aqui como descreve a questão o Concílio Vaticano II:
«O que a revelação no diz coincide com a experiência. O homem, com efeito, quando examina o seu coração, comprova a sua inclinação para o mal e sente-se afectado por muitos males, que não podem ter a sua origem no Santo Criador. Ao negar-se a reconhecer Deus como seu principio, o homem rompe a devida subordinação ao seu último fim, e também toda a sua ordenação, tanto no que respeita à sua própria pessoa como no que respeita às relações com os demais e com a restante criação. A luz desta revelação, a sublime vocação e a miséria profunda que o homem experimenta falam simultaneamente da sua última explicação.»
O paradoxo do homem na terra refere-se à sua última constituição, à sua natureza de microcosmos não só no que se une à matéria e espírito, mas também à sua vocação plena de união com Deus e a sua história de afastamento e de pecado. A presença universal do mal, tanto no interior como no exterior do homem, que inevitavelmente, provoca ânsias universais de salvação, constituem uma experiência universal que a fé cristã tem em conta e dela faz eco, mas que não é o seu ponto de partida. O ponto de partida da fé cristã constitui a iniciativa do Deus da Aliança, que cria o homem por amor e por amor lhe envia um redentor. Dito por outras palavras, a fé cristã não «explora» o mal para os seus fins, entre outras razões, porque a salvação do homem contra-se na bondade de Deus que se comunica e que se dá não só nas necessidades existenciais do homem.
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