sexta-feira, 29 de junho de 2012
Solenidade de S. Pedro e S. Paulo
A solenidade dos Santos Pedro e Paulo é uma das mais antigas do ano litúrgico e foi introduzida muito antes da festa do Natal.
São Pedro - o seu verdadeiro nome era Simão, mas Cristo mudou-lhe o nome e chamou-lhe “pedra” para nele realizar o tema da pedra fundamental da Igreja. Simão Pedro é um dos primeiros a testemunhar a Ressurreição, ao encontrar o sepulcro vazio. Quando foi a Roma, Pedro cumpre a sua missão de “pedra angular” e “ratifica” esta vocação com próprio sangue.
São Paulo – também chamado “O Apóstolo dos gentios” converteu-se ao cristianismo na estrada de Damasco e tornou-se o grande missionário do cristianismo. Percorreu a Ásia Menor, atravessou todo o Mediterrâneo em 4 ou 5 viagens. Elaborou uma teologia cristã e ao lado dos Evangelhos as suas epístolas são fontes de todo pensamento, vida e mística cristãs. Sofreu o martírio em Roma cerca do ano 67.
terça-feira, 26 de junho de 2012
Estar sempre presente
Importa olhardes com espanto e compromisso, com alegria e exigência, para a vida que recebestes e deveis dar aos outros. E, se dúvidas tendes, quanto ao futuro, deixai que as próprias circunstâncias da vida vos deem indicações para o caminho. Mas sobretudo vivei sempre com alegria a vossa vida. A alegria com que João Batista saltou no seio de sua mãe... a alegria que o seu nascimento trouxe aos vizinhos e parentes de seus pais... a alegria de ter nascido. Dirijo-me também agora a vós, queridos pais, para vos exortar a estardes junto de vossos filhos. Não os deixeis sozinhos diante das grandes escolhas da adolescência e da juventude. Ajudai-os a não se deixarem dominar pela busca ansiosa do bem-estar, e guiai-os na direção da autêntica alegria, a do espírito. Fazei ressoar no coração deles, às vezes invadidos pelo medo do futuro, a alegria libertadora da fé. Educai-os "para saborearem simplesmente as múltiplas alegrias humanas que o Criador já coloca em seu caminho: alegria exaltante da existência e da vida; alegria do amor casto e santificado; alegria pacificadora da natureza e do silêncio; alegria, às vezes austera, do trabalho cuidadoso; alegria e satisfação do dever cumprido; alegria transparente da pureza, do serviço, da participação; alegria exigente do sacrifício" (Paulo VI, Gaudete in Domino, I). A vida tornar-se então uma Festa.
sábado, 23 de junho de 2012
Apontar caminhos
São palavras de cansaço e desabafo, que saem da boca seca do Servo de Deus. Palavras com lágrimas de sal e sabor a desencanto! Mas quantos de nós, não experimentaremos, porventura, hoje, o mesmo amargo de boca, ao cabo de um ano pastoral, de catequese, de aulas, de trabalho? Não há, muitas vezes, em muitos de nós, a mesma sensação de frustração, pois parece que caíram em saco roto, todas as sementes do reino, que semeámos, ao longo do ano? Damo-nos conta de que, nem sempre, e em tantos casos, os resultados são ou serão os esperados! Tememos pela sorte e pelo futuro dos nossos meninos! Não sabemos, por exemplo, se irão continuar na catequese, se irão abandonar a comunidade e a prática da eucaristia dominical! Temos até medo de os perder de vista; sofremos, ao vê-los partir, por caminhos, que não lhes apontamos!
Festa de S. João Baptista
: A liturgia faz-nos celebrar a Natividade de São João Batista, o único Santo do qual se comemora o nascimento, porque marcou o início do cumprimento das promessas divinas: João é aquele "profeta", identificado com Elias, que estava destinado a preceder imediatamente o Messias para preparar o povo de Israel para a sua vinda (cf. Mt 11, 14; 17, 10-13). A sua festa recorda-nos que a nossa vida é inteira e sempre "relativa" a Cristo e realiza-se acolhendo-O, que é Palavra, Luz e Esposo, do qual nós somos vozes, lâmpadas e amigos (cf. Jo 1, 1-13; 1, 7-8; 3, 29). "Ele é que deve crescer, e eu diminuir" (Jo 3, 30): esta expressão do Batista é programática para cada cristão.
segunda-feira, 18 de junho de 2012
SAGRADO CORAÇÂO DE JESUS
. A palavra hebraica, que traduzimos por “coração” (leb ou lebàb) aparece-nos 860 vezes no Antigo Testamento. Se lhe juntarmos a palavra grega “kardía” no Novo Testamento, chegaríamos a um milhar de ocorrências deste conceito na Bíblia. Para nós, ocidentais, o termo «coração» evoca sobretudo a vida afetiva. Um coração pode estar enamorado, pode também ser sensível, generoso, caritativo. Um homem pode ter um coração de ouro ou um coração de pedra. Pode não ter coração ou pode acontecer de este não lhe caber no peito. Para a Bíblia, ao contrário, o coração é uma realidade mais ampla, que inclui todas as formas da vida intelectiva, todo o mundo dos afetos e emoções, assim como a esfera do inconsciente, em que fundem as suas raízes todas as manifestações do espírito humano”. Estamos pois muito longe da aceção a que nos habituaram, quer o sentimentalismo laico (revistas do coração, correio de coração, página do facebook) quer o devocionalismo místico. No Ocidente, dizemos que “pensamos com a cabeça e amamos com o coração”. Na antropologia bíblica dizemos: “Pensamos com o coração. Amamos com as entranhas”.
domingo, 17 de junho de 2012
Para refectir
“Dorme e levanta-se noite e dia, enquanto a semente germina e cresce,
sem ele saber como”
Esta é uma parábola, que nos deixa, de braços caídos, e praticamente de férias antecipadas! Não apresenta aplicações práticas, nem trabalho a fazer. Não diz sequer o que há a fazermos, mas tão só o que faz a semente por si e por nós! Não põe o acento no esforço do semeador, nem chama a atenção para a qualidade do terreno! É uma parábola, que nos desafia a acreditar na fecundidade, na força vital da própria semente, lançada à terra. Débil e forte, ela é, tal como a palavra de Deus, viva e eficaz, e tem uma força interna irresistível! Jesus parece dizer aos mais incrédulos e impacientes: mesmo quando parece que não se passa nada, o Reino de Deus está presente, germina e cresce. Simplesmente acontece. Durma ou vele, de noite e de dia, a semente germina e cresce! E, ironia das ironias, «sem o homem saber como»! Parece-me ouvir uma clara explicação da parábola, quando São Paulo nos diz, em certo passo: “Eu plantei. Apolo regou. Mas foi Deus que fez crescer. Nem o que planta nem o que rega, são coisa alguma. Mas Deus, que faz crescer” (I Cor.3,6-7).
sábado, 16 de junho de 2012
Domingo Comum
Foi o longo tempo pascal, foram as grandes festas e eis-nos agora, neste domingo comum, reunidos, mais uma vez, ao abrigo da árvore frondosa da Igreja, como passarinhos do céu, que poisam sobre os seus ramos! A Igreja é como essa árvore, em que os passarinhos podem construir o seu ninho, mesmo que depois queiram voltar a voar, mas é, precisamente, o lugar onde se pode pousar por um certo tempo. E nós aqui viemos, para reencontrar forças e retomar o caminho, pois caminhamos à luz da fé e não da visão clara.
sexta-feira, 15 de junho de 2012
Oração ao Espírito Santo
Oração ao Espírito Santo
Vinde ó Espírito Criador,
visitai os corações dos teus seguidores,
preenchei-os com a Graça do Alto:
estes corações que Vós criastes.
Sois o Espírito Consolador,
a Dádiva de Deus Todo Poderoso,
a Fonte da Água Viva,
o Fogo Divino,
a Caridade,
a Unção Invisível das Almas.
Vinde, então,
com vossos Sete Dons Preciosos,
Vós que sois o Dedo de Deus.
Vós que sois o conteúdo
da Promessa do Pai,
Vós que colocais o Verbo do Pai
em nossos lábios.
Iluminai os nossos espíritos
com vossa Luz,
abrasai os nossos corações
com vosso Amor
e santificai, em todos os tempos,
nossa frágil carne!
Bani de nós o espírito de tentação,
preenchei-nos com vossa Paz Infalível,
sede Vós mesmo o nosso guia,
de modo que possamos evitar
tudo o que possa ser prejudicial
à nossa Salvação.
Ensinai-nos a compreender o Pai,
ensinai-nos a compreender o Filho
e a Vós mesmo,
que sois o Espírito do Pai e do Filho,
sede sempre o objecto de nossa Fé!
Por isso seja a Glória,
em todos os tempos, para Deus Pai,
para o Filho, ressuscitado de entre os mortos,
e para o Espírito Santo.
Que assim seja!
Oração simples à Santíssima Trindade
Oração simples à Santíssima Trindade
Pai, Filho e Espírito Santo,
Santíssima Trindade acompanhai-me toda a vida,
dai-me sempre guarida, tende de mim piedade,
Pai Eterno, ajudai-me,
Verbo de Deus, abençoai-me,
Espírito Santo, alcançai-me protecção, honra e virtude,
nunca a soberba me ataque
e sempre busque o bem,
com a Santíssima Trindade para sempre.
Amen.
SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS
A devoção ao Sagrado Coração de Jesus é uma das expressões mais difundidas da piedade eclesial, tal como refere recentemente o “Directório sobre a Piedade Popular e a Liturgia” da Congregação para o Culto Divino. Os Pontífices romanos têm salientado constantemente o sólido fundamento na Sagrada Escritura desta maravilhosa devoção.
Como conseqüência das aparições de Nosso Senhor a Santa Margarida Maria Alacoque no mosteiro de Paray-le-Monial a partir de 1673, este culto teve um incremento notável e adquiriu a sua feição hoje conhecida. Nenhuma outra comunicação divina, fora as da Sagrada Escritura, receberam tantas aprovações e estímulos da parte do Magistério da Igreja como esta.
Entre os documentos mestres nesta matéria encontramos a encíclica de Pio XII, Haurietis aquas, de 15 de Maio de 1956. Pio XII salienta que é o próprio Jesus que toma a iniciativa de nos apresentar o Seu Coração como fonte de restauração e de paz: “Vinde a mim, todos vós, que estais cansados e oprimidos, que Eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração e encontrareis descanso para o vosso espírito. Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve”. (Mt. 11, 28-30)
Não é por acaso que as aparições a Santa Margarida Maria deram-se num momento crucial em que se pretendia afirmar secularização e que a devoção ao Sagrado Coração apareceu sempre como o mais característico de todos os movimentos que resistiram à descristianização da sociedade moderna
sábado, 9 de junho de 2012
A Nova família de Jesus...
A nova família de Jesus reúne-se, em cada domingo, nesta Casa, à volta de Jesus. Jesus tem, para todos nós, palavras que nos dão vida, palavras que nos libertam, palavras que nos orientam, palavras que nos salvam. Jesus não nos deixa sem alimento: dá-nos a sua Palavra libertadora. E dá-nos o Pão. E dá-se no Pão da Eucaristia, que alimenta a nossa vida batismal. Na Eucaristia, nós olhamos para as coisas invisíveis e descobrimos no Pão consagrado da Eucaristia uma presença de Amor, que não é feita pelas mãos dos homens, mas é obra de Deus. Preparemos o nosso coração, deixando que Jesus entre nele e nos liberte da força destruidora do mal, que a nossa condição pecadora arrasta. Invoquemos a abundância da redenção
Tempo Comum
A nova família de Jesus reúne-se, em cada domingo, nesta Casa, à volta de Jesus. Jesus tem, para todos nós, palavras que nos dão vida, palavras que nos libertam, palavras que nos orientam, palavras que nos salvam. Jesus não nos deixa sem alimento: dá-nos a sua Palavra libertadora. E dá-nos o Pão. E dá-se no Pão da Eucaristia, que alimenta a nossa vida batismal. Na Eucaristia, nós olhamos para as coisas invisíveis e descobrimos no Pão consagrado da Eucaristia uma presença de Amor, que não é feita pelas mãos dos homens, mas é obra de Deus. Preparemos o nosso coração, deixando que Jesus entre nele e nos liberte da força destruidora do mal, que a nossa condição pecadora arrasta. Invoquemos a abundância da redenção
quinta-feira, 7 de junho de 2012
Solenidade do Corpus Christi
Nesta quinta-feira, voltamos à sala de cima, ao cenáculo, à última ceia, de quinta-feira santa. Nessa altura, Jesus, prestes a partir para o Pai, pronto a dar toda a sua vida por nós, quis firmar uma aliança, um pacto de amizade connosco! E esta aliança foi selada e celebrada com o seu próprio Corpo e Sangue, isto é, com a sua própria vida, entregue até ao fim por todos nós! “Isto é o Meu Corpo entregue. Isto é o meu sangue derramado”. Como se Jesus nos dissesse: “Assim sou Eu. Dou-vos a minha vida inteira. Olhai: este pão é o meu corpo desfeito por vós; este vinho é o meu sangue derramado por todos. Não me esqueçais nunca. Fazei isto em memória de mim”. Esta é, portanto, a aliança: Jesus dá a vida por nós, para que nós saibamos dar a vida pelos outros. Celebrar a Eucaristia é dizer e fazer como Jesus fez: «Esta minha vida não a quero guardar exclusivamente para mim. Quero passar por este mundo reproduzindo em mim algo do que Jesus viveu». Este é afinal o espírito da nova aliança: Jesus fica para sempre connosco na Eucaristia dando a sua vida por nós. E nós estamos, doravante e para sempre convidados a participar desta ceia de comunhão com Ele, recebendo dEle a Vida, que queremos dar aos outros!
Solenidade do Corpus Christi
Hoje é Quinta-Feira. Quinta-Feira do Corpo de Deus! De certo modo, voltamos ao Cenáculo, para saborear, agora na luz gloriosa da Ressurreição, a presença e o dom de Jesus, por nós, naquela tarde de Quinta-Feira Santa! Fazemo-lo, num verdadeiro espírito de aliança, entrando, neste mistério, com todo o nosso corpo e seus sentidos. Começamos por pedir ao Senhor, que nos purifique de tudo aquilo que, em nós, impede a transparência luminosa do seu amor.
segunda-feira, 4 de junho de 2012
Bíblia
João Paulo II, NIMI: 39. Desde o Concílio Vaticano II, que assinalou o papel proeminente da palavra divina na vida da Igreja, muito se avançou certamente na escuta assídua e na leitura atenta da Sagrada Escritura. Foi-lhe garantido o lugar de honra que merece na oração pública da Igreja. A ela recorrem já em larga medida os indivíduos e as comunidades, e há muitos entre os próprios fiéis leigos que dela se ocupam, habilitados com a ajuda preciosa de estudos teológicos e bíblicos. E sobretudo há a obra da evangelização e da catequese que se tem revitalizado precisamente pela atenção à palavra de Deus. É preciso, amados irmãos e irmãs, consolidar e aprofundar esta linha, inclusive com a difusão do livro da Bíblia nas famílias. De modo particular é necessário que a escuta da Palavra se torne um encontro vital, segundo a antiga e sempre válida tradição da lectio divina: esta permite ler o texto bíblico como palavra viva que interpela, orienta, plasma a existência”.
Bento XVI, Verbum Domini 85. “De facto, pertence à autêntica paternidade e maternidade a comunicação e o testemunho do sentido da vida em Cristo: através da fidelidade e unidade da vida familiar, os esposos são, para os seus filhos, os primeiros anunciadores da Palavra de Deus. A comunidade eclesial deve sustentá-los e ajudá-los a desenvolverem a oração em família, a escuta da Palavra, o conhecimento da Bíblia. Por isso, desejamos que cada casa tenha a sua Bíblia e a conserve em lugar digno para poder lê-la e utilizá-la na oração. A ajuda necessária pode ser fornecida por sacerdotes, diáconos e leigos bem preparados. Recomenda-se também a formação de pequenas comunidades entre famílias, onde se cultive a oração e a meditação em comum de trechos apropriados da Sagrada Escritura. Os esposos lembrem-se de que «a Palavra de Deus é um amparo precioso inclusive nas dificuldades da vida conjugal e familiar».
Santissima trindade
Concluídas as grandes festas da Páscoa, a Liturgia do Domingo, que agora iniciamos, faz-nos entrar no mais profundo do coração de Deus! A solenidade da santíssima trindade convida-nos a contemplar o mistério do imenso amor de Deus, por nós e em nós. É neste mistério de amor, que une o Pai, o Filho e o Espírito Santo, que nós “nos movemos, somos e existimos”. Todos os dias sentimos os efeitos da bondade deste amor, derramado em nós, pelo Espírito Santo. E é assim que caminhamos e vivemos na esperança da Páscoa eterna!
sexta-feira, 1 de junho de 2012
A Eucaristia é
É Sacrifício.
A Eucaristia é o memorial da Páscoa de Cristo, a atualização e a oferta sacramental de seu único sacrifício na liturgia da Igreja, que é o corpo dele. Em todas as orações eucarísticas encontramos, depois das palavras da instituição, uma oração chamada anamnese ou memorial.
No sentido da Sagrada Escritura, o memorial não é somente a lembrança dos acontecimentos dos acontecimento do passado, mas a proclamação das maravilhas que Deus realizou por todos os homens. A celebração litúrgica desses acontecimentos toma-os de certo modo presentes e atuais. É desta maneira que Israel entende sua libertação do Egito: toda vez que é celebrada a Páscoa, os acontecimentos do êxodo tomam-se presentes à memória dos crentes, para que estes conformem sua vida a eles.
O memorial recebe um sentido novo no Novo Testamento. Quando a Igreja celebra a Eucaristia, rememora a páscoa de Cristo, e esta se toma presente: o sacrifício que Cristo ofereceu uma vez por todas na cruz torna-se sempre atual: "Todas as vezes que se celebra no altar o sacrifício da cruz, pelo qual Cristo nessa páscoa foi imolado, efetua-se a obra de nossa redenção."
Por ser memorial da páscoa de Cristo, a Eucaristia é também um sacrifício. O caráter sacrifical da Eucaristia é manifestado nas próprias palavras da instituição: "Isto é o meu Corpo que será entregue por vós", e "Este cálice é a nova aliança em meu Sangue, que vai ser derramado por vós" (Lc 22,19-20). Na Eucaristia, Cristo dá este mesmo corpo que, entregou por nós na cruz, o próprio sangue que "derramou por muitos para remissão dos pecados" (Mt 26,28).
A Eucaristia é, portanto, um sacrifício porque representa (toma presente) o Sacrifício da Cruz, porque dele é memorial e porque aplica seus frutos:
[Cristo] nosso Deus e Senhor ofereceu-se a si mesmo a Deus Pai uma única vez, morrendo como intercessor sobre o altar da cruz, a fim de realizar por eles (os homens) uma redenção eterna. Todavia, como sua morte não devia pôr fim ao seu sacerdócio (Hb 7,24.27), na última ceia, "na noite em que foi entregue (1 Cor 11,13), quis deixar à Igreja, sua esposa muito amada, um sacrifício visível (como o reclama a natureza humana) em que seria representado (feito presente) o sacrifício cruento que ia realizar-se uma vez por todas uma única vez na cruz, sacrifício este cuja memória haveria de perpetuar-se até o fim dos séculos (l Cor 11,23) e cuja virtude salutar haveria de aplicar-se à remissão dos pecados que cometemos cada dia.
O sacrifício de Cristo e o sacrifício da Eucaristia são um único sacrifício: "É uma só e mesma vítima, é o mesmo que oferece agora pelo ministério dos sacerdotes, que se ofereceu a si mesmo então na cruz. Apenas a maneira de oferecer difere". "E porque neste divino sacrifício que se realiza na missa, este mesmo Cristo, que se ofereceu a si mesmo uma vez de maneira cruenta no altar da cruz, está contido e é imolado de maneira incruenta, este sacrifício é verdadeiramente propiciatório".
A Eucaristia é também o sacrifício da Igreja. A Igreja, que é o corpo de Cristo, participa da oferta de sua Cabeça. Com Cristo, ela mesma é oferecida inteira. Ela se une à sua intercessão junto ao Pai por todos os homens. Na Eucaristia, o sacrifício de Cristo se torna também o sacrifício dos membros de seu Corpo. A vida dos fiéis, seu louvor, seu sofrimento, sua oração, seu trabalho são unidos aos de Cristo e à sua oferenda total, e adquirem assim um valor novo. O sacrifício de Cristo, presente sobre o altar, dá a todas as gerações de cristãos a possibilidade de estarem unidos à sua oferta. Nas catacumbas, a Igreja é muitas vezes representada como uma mulher em oração, com os braços largamente abertos em atitude de orante. Como Cristo que estendeu os braços na cruz, ela se oferece e intercede por todos os homens, por meio dele, com ele e nele.
§1369 A Igreja inteira está unida à oferta e à intercessão de Cristo. Encarregado do ministério de Pedro na Igreja, o Papa está associado a cada celebração da Eucaristia em que ele é mencionado como sinal e servidor da unidade da Igreja universal. O Bispo do lugar é sempre responsável pela Eucaristia, mesmo quando é presidida por um presbítero; seu nome é nela pronunciado para significar que é ele quem preside a Igreja particular, em meio ao presbitério e com a assistência dos diáconos. A comunidade intercede assim por todos os ministros que, por ela e com ela, oferecem o Sacrifício Eucarístico:
Que se considere legítima só esta Eucaristia que se faz sob a presidência do Bispo ou daquele a quem este encarregou. É pelo ministério dos presbíteros que se consuma o sacrifício espiritual dos fiéis, em união com o sacrifício de Cristo, único mediador, oferecido em nome de toda a Igreja na Eucaristia pelas mãos dos presbíteros, de forma incruenta e sacramenta até que o próprio Senhor venha.
À oferenda de Cristo unem-se não somente os membros que estão ainda na terra, mas também os que já estão na glória do céu: é em comunhão com a santíssima Virgem Maria e fazendo memória dela, assim como de todos os santos e santas, que a Igreja oferece o Sacrifício Eucarístico. Na Eucaristia, a Igreja, com Maria, está como que ao pé da cruz, unida à oferta e à intercessão de Cristo.
O Sacrifício Eucarístico é também oferecido pelos fiéis defuntos "que morreram em Cristo e não estão ainda plenamente purificados", para que possam entrar na luz e na paz de Cristo:
Enterrai este corpo onde quer que seja! Não tenhais nenhuma preocupação por ele! Tudo o que vos peço é que vos lembreis de mim no altar do Senhor onde quer que estejais.
Em seguida, oramos [na anáfora] pelos santos padres e Bispos que faleceram, e em geral por todos os que adormeceram antes de nós acreditando que haverá muito grande benefício para as almas, em favor das quais a súplica é oferecida, enquanto se encontra presente a santa e tão temível vítima. (...) Ao apresentarmos a Deus nossas súplicas pelos que adormeceram, ainda que fossem pecadores, nós (...) apresentamos o Cristo imolado por nossos pecados, tomando propício, para eles e para nós, o Deus amigo dos homens.
Santo Agostinho resumiu admiravelmente esta doutrina que nos incita a uma participação cada vez mais completa no sacrifício de nosso redentor, que celebramos na Eucaristia:
Esta cidade remida toda inteira, isto é, a assembléia e a sociedade dos santos, é oferecida a Deus como um sacrifício universal pelo Sumo Sacerdote que, sob a forma de escravo, chegou a ponto de oferecer-se por nós em sua paixão, para fazer de nós o corpo de uma Cabeça tão grande. (...) Este é o sacrifício dos cristãos: "Em muitos, ser um só corpo em Cristo" (Rm 12,5). E este sacrifício, a Igreja não cessa de reproduzi-lo no sacramento do altar bem conhecido pelos fiéis, onde se vê que naquilo que oferece, se oferece a si mesma
Mãe e Virgem de Guadalupe interceda por nós, vigie-nos com os seus olhos maternos
A Eucaristia é
É Ação de graças
A Eucaristia, sacramento de nossa salvação realizada por Cristo na cruz, é também um sacrifício de louvor em ação de graças pela obra da criação. No sacrifício eucarístico, toda a criação amada por Deus é apresentada ao Pai por meio da Morte e da Ressurreição de Cristo. Por Cristo, a Igreja pode oferecer o sacrifício de louvor em ação de graças por tudo o que Deus fez de bom, de belo e de justo na criação e na humanidade.
E.39.2 Fonte e ápice da vida eclesial
§1324 A Eucaristia é "fonte e ápice de toda a vida cristã ". "Os demais sacramentos, assim como todos os ministérios eclesiásticos e tarefas apostólicas, se ligam à sagrada Eucaristia e a ela se ordenam. Pois a santíssima Eucaristia contém todo o bem espiritual da Igreja, a saber, o próprio Cristo, nossa Páscoa ."
É Memorial
Cumprimos esta ordem do Senhor celebrando o memorial de seu sacrifício. Ao fazermos isto, oferecemos ao Pai o que ele mesmo nos deu: os dons de sua criação, o pão e o vinho, que pelo poder do Espírito Santo e pelas palavras de Cristo se tornaram o Corpo e o Sangue de Cristo, o qual, assim, se torna real e misteriosamente presente.
A Eucaristia é o memorial da Páscoa de Cristo, a atualização e a oferta sacramental de seu único sacrifício na liturgia da Igreja, que é o corpo dele. Em todas as orações eucarísticas encontramos, depois das palavras da instituição, uma oração chamada anamnese ou memorial.
É Presença
"Cristo Jesus, aquele que morreu, ou melhor, que ressuscitou, aquele que está à direita de Deus e que intercede por nós" (Rm 8,34), está presente de múltiplas maneiras em sua Igreja): em sua Palavra, na oração de sua Igreja, "lá onde dois ou três estão reunidos em meu nome" (Mt 18,20), nos pobres, nos doentes, nos presos, em seus sacramentos, dos quais ele é o autor, no sacrifício da missa e na pessoa do ministro. Mas "sobretudo (está presente) sob as espécies eucarísticas".
O modo de presença de Cristo sob as espécies eucarísticas é único. Ele eleva a Eucaristia acima de todos os sacramentos e faz com que da seja "como que o coroamento da vida espiritual e o fim ao qual tendem todos os sacramentos". No santíssimo sacramento da Eucaristia estão "contidos verdadeiramente, realmente e substancialmente o Corpo e o Sangue juntamente com a alma e a divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo e, por conseguinte, o Cristo todo" . "Esta presença chama-se 'real' não por exclusão, como se as outras não fossem 'reais', mas por antonomásia, porque é substancial e porque por ela Cristo, Deus e homem, se toma presente completo." É pela conversão do pão e do vinho no Corpo e no Sangue de Cristo que este se torna presente em tal sacramento. Os Padres da Igreja afirmaram com firmeza a fé da Igreja na eficácia da Palavra de Cristo e da ação do Espírito Santo para operar esta conversão. Assim, São João Crisóstomo declara:
Não é o homem que faz com que as coisas oferecidas se tomem Corpo e Sangue de Cristo, mas o próprio Cristo, que foi crucificado por nós. O sacerdote, figura de Cristo, pronuncia essas palavras, mas sua eficácia e a graça são de Deus. Isto é o meu Corpo, diz ele. Estas palavras transformam as coisas oferecidas.
E Santo Ambrósio afirma acerca desta conversão:
Estejamos bem persuadidos de que isto não é o que a natureza formou, mas o que a bênção consagrou, e que a força da bênção supera a da natureza, pois pela bênção a própria natureza mudada. Por acaso a palavra de Cristo, que conseguiu fazer do nada o que não existia, não poderia mudar as coisas existentes naquilo que ainda não eram? Pois não é menos dar às coisas a sua natureza primeira do que mudar a natureza delas.
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