domingo, 28 de outubro de 2012

“Deu um salto e foi ter com Jesus” (Mc 10,50!


Este sim, é um verdadeiro salto vital, um salto de qualidade na fé, um passo em frente, na adesão a Cristo, Único Salvador. Podemos mesmo ver, nos passos da cura deste cego, o nosso próprio caminho da fé, desde o seu desejo de ver a Deus, até chegar à fonte da luz, que o ilumina, desde o batismo. À luz, deste luminoso passo da Escritura, vejamos os três passos fundamentais, no caminho da fé cristã:

Senhor


Pobre, cego e nu, cada um de nós é intercetado no caminho da Vida, pelo olhar atento de Jesus. “Trata-se do encontro, não com uma ideia, nem com um projeto de vida, mas com uma Pessoa viva, que nos transforma em profundidade a nós mesmos, revelando-nos a nossa verdadeira identidade de filhos de Deus” (Bento XVI). Sem a humildade, de quem se reconhece necessitado de salvação, não é possível chegar àquela fé, que verdadeiramente nos salva! Por isso, abeiramos de Cristo, clamando como o cego de Jericó!

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Será Que Paramos para Falar com o Senhor?


Diante da correria diária, trabalho, serviços, estudos e outras atividades que fazem parte de nossas vidas, ficam às vezes impossíveis ou esquecidos nosso momento de intimidade com o Senhor. “Intimidade”, aqui, não quero que você entenda somente como ouvir uma música religiosa, fazer leitura bíblica, etc. Mas sim, viver a regra beneditina que consiste no rezar e trabalhar. Pois o Senhor nos diz: “felizes os empregados que o senhor encontrar acordados quando chegar”. Esse “manter-se acordado” estende-se ao serviço, seja na sua Paróquia, na comunidade dentro da sua pastoral ou ministério. Servir e trabalhar naquilo para o qual o Senhor nos chamou. Já descobriste o teu lugar na Paróquia, na comunidade? É fundamental que tu saibas qual o teu lugar e função, aí, para que Deus te fale ao coração. O Senhor nos pede que fiquemos com os rins cingidos e as lâmpadas acesas. Como estão os teus rins e os teus olhos espirituais? A virtude da vigilância é, por si mesma, uma atitude escatológica a aguardar constantemente o retorno do Senhor. Os serviços vigilantes, a representar os membros da comunidade eclesial, são felizes porque o próprio Senhor – por ocasião de Seu advento – fará a função de servo, cingindo-os e colocando-os à mesa. A vigilância escatológica é a virtude de quem aguarda o fato derradeiro. Por isso, o Filho do Homem que há de vir sobre as nuvens dos céus (cf. Dn 7,13), por ocasião da parusia, assemelha-se ao ladrão que não avisa a hora do assalto. A vigilância supõe e exige um estado constante de preparação para o juízo escatológico, colocando os fiéis de Cristo em estado permanente de crise, de modo especial, aqueles que têm a missão de anunciar o Reino à semelhança do administrador fiel e prudente. Neste caso, a escatologia possui uma dimensão presente e eclesial, pois o juízo definitivo supõe a avaliação das atividades atuais dos fiéis, mediante as penas impostas pelo Senhor. A provação dos últimos tempos acentua a responsabilidade histórica do cristão, sobremaneira agradecido pelos bens messiânicos: a quem muito se deu e foi confiado, muito será pedido e reclamado. O importante é não nos desviarmos, não nos distrair. É mantermo-nos sempre alerta, acordado, e esperar pela segunda vinda gloriosa do Nosso Senhor Jesus Cristo.

domingo, 21 de outubro de 2012

“Permaneçamos firmes na profissão da nossa fé”! (Hb 4,14)


Que belo desafio, para quem atravessou, com alegria, a porta da Fé, e porventura, passado algum tempo, já se sente cansado e desanimado, com vontade de voltar atrás! A Carta aos Hebreus, que proclamamos e escutámos, ao longo de sete domingos, como segunda leitura, é um grande sermão, para cristãos desorientados, dos finais dos anos 60, do primeiro século da era cristã. Muitos deles - a maioria seriam judeus - aderiu com grande alegria e entusiasmo a Cristo. Mas, com o tempo, com as dificuldades e as novidades, e também com as ameaças e perseguições à porta, sentem-se desencantados, tentados a desistir da fé, que professaram publicamente. O autor da Carta aos hebreus sacode-lhes o marasmo, o tédio e o cansaço da fé, e parece dizer-lhes: estais a sofrer demasiado, em comparação com o conhecimento que tendes de Jesus Cristo? Sentis-vos desamparados, perante a evolução das coisas e a revolução dos tempos? Estais abalados, por causa das crescentes dificuldades deste mundo, que vos resiste? Achais-vos perdidos, sem rumo nem prumo, perante o vendaval de críticas, de ódios e de perseguições, que se levantam, contra vós, contra a fé, contra a Igreja? Então, “permanecei firmes na profissão da vossa fé. (Hb 4,14) O mesmo é dizer, aprofundai as raízes e as razões da vossa fé!

“Permaneçamos firmes, na profissão da nossa fé”. Eis o apelo, que gostaria de destacar da Palavra de Deus, hoje proclamada! Um apelo, que, de algum modo, nos conduz a fixar o olhar em Cristo, o guia da nossa fé: “Ele foi provado em tudo, à nossa semelhança e pode compadecer-Se de nós” (Hb 4,15). Ele venceu a prova da cruz e superou o obstáculo da morte! E agora, vitorioso, pela Ressurreição, penetrou os céus, e intercede por nós, junto do Pai. Por isso, aproximamo-nos do altar de Deus, cheios de confiança, e alcançaremos misericórdia. Deixemo-lo purificar o nosso coração, daquilo que nos desvia do seu caminho de salvação:

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Santa Teresinha do Menino Jesus


Santa Teresa de Lisieux, conhecida por Teresinha do Menino Jesus, é uma das santas mais características pela sua espiritualidade. Teresinha nasceu em Alençon, norte da França, aos 2 de janeiro de 1873. Seus pais, enquanto jovens, aspiravam, ambos, consagrarem-se a Deus na vida religiosa, mas por circunstâncias especiais não foram aceitos. Então a jovem Zélia Guerin, futura mãe de Teresinha, disse: "Meu Jesus, já que não sou digna de ser vossa esposa como irmã, abraçarei o estado matrimonial para cumprir vossa vontade. Peço-vos, porém, encarecidamente, conceder-me muitos filhos e que vos sejam consagrados". Daquele santo casal nasceram nove filhos. Três faleceram em tenra idade, os demais, todas meninas, tornaram-se religiosas conforme o desejo da mãe. Teresinha ficou órfã de mãe aos quatro anos e sentiu muito esta falta. O pai, depois da morte da esposa, mudou-se com a família para Lisieux, onde tinha um cunhado cuja esposa zelava pela educação das filhas. Teresinha cresceu num ambiente de amor puro e de fé profundamente vivencial e, sendo a caçula do lar, era chamada pelo pai "a minha rainhazinha". As irmãs mais velhas, uma após outra, consagraram-se a Deus na vida religiosa. Teresinha alimentava uma santa inveja da opção das irmãs desejando, quanto antes, acompanhá-las na consagração a Deus. Com a idade de 15 anos, recebeu do Papa Leão XIII a permissão de entrar no Carmelo de Lisieux. Viveu no Carmelo mais oito anos. "Que poderia ter realizado de extraordinário em tão curta existência? Graças a sua autobiografia, com o título História de uma alma, sabemos que a jovem carmelita não fez nada de extraordinário, apenas cumpriu extraordinariamente bem os seus deveres de monja enclausurada. Num momento de entusiasmo, Teresinha escreveu que, por amor ao Amor Supremo, desejava ser cavaleiro das cruzadas, padre, apóstolo, evangelista, missionário, mártir. "Compreendi, escreve, que só o amor fazia agir os membros da Igreja e que se o amor viesse a se extinguir, os apóstolos não anunciariam mais o Evangelho, os mártires recusariam derramar o seu sangue... Compreendi que o amor encerra todas as vocações e que o amor é tudo, abraça todos os tempos e todos os lugares... Numa palavra, o amor é eterno... encontrei minha vocação: o amor!" Estas palavras poderiam parecer românticas, se não fossem corroboradas pela vida de oração, de sacrifícios, de provações, de penitências e de imolação no dia-a-dia da existência de Teresinha como Carmelita. Todos os gestos e sacrifícios, do menor ao maior, oferecia a Deus, pela salvação das almas, e na intenção da Igreja. Santa Teresinha do Menino Jesus e da Sagrada Face esteve como criança para o pai, livre igual a um brinquedo aos cuidados do Menino Jesus, e tomada pelo Espírito de amor, que a ensinou a pequena via da infância espiritual. O mais profundo desejo do coração de Teresinha era ter sido missionária "desde a criação do mundo, até a consumação dos séculos". Sua vida nos deixou como proposta, selada na autobiografia, e como intercessora dos missionários sacerdotes e pecadores que não conheciam Jesus, continua ainda hoje, vivendo o Céu, fazendo o bem aos da terra. Ela mesma testemunha que a primeira palavra que leu sozinha foi: " céus "; agora a última sua entrada nesta morada, pois exclamou : " meu Deus, eu vos amo...eu vos amo ".

SANTA TERESINHA


"Compreendi que a Igreja tinha um corpo, composto de diferentes membros, não lhe faltava o membro mais nobre e mais necessário. Compreendi que a Igreja tinha um coração, e que este coração ardia de amor. Compreendi que só o amor fazia os membros da Igreja agirem, que se o amor viesse a se apagar, os Apóstolos não anunciariam mais o Evangelho, os Mártires se recusariam a derramar seu sangue..." Santa Teresinha do Menino Jesus

sábado, 13 de outubro de 2012

Para refletir com o Evangelho


Tinha já entreaberta, no seu coração insatisfeito, a porta da fé! Este homem, no fulgor da juventude, um rico, a quem não devia faltar nada deste mundo para viver bem, sente e pressente, desde o mais fundo de si mesmo, que ainda lhe falta alguma coisa. Por isso, corre, ansioso, ao encontro de Jesus, e faz-lhe uma pergunta, muito pouco usual entre os mais novos: “Bom Mestre, que hei de fazer, para alcançar a vida eterna” (Mc 10,17)? Não procura dinheiro, saúde, sucesso. Procura uma luz, para orientar a sua vida! Mais do que uma regra moral, para a vida presente, ele quer conhecer o caminho da vida verdadeira, da vida plena. Ele volta-se para o Bom Mestre, na certeza de que só Ele pode responder à questão sobre o bem, porque só Ele é o único, que é bom! Trata-se, para ele, ao fim e ao cabo, de uma questão de vida ou de morte. De algum modo, podemos mesmo dizer, que nesta pergunta essencial, se adivinha o percurso de muitas pessoas do nosso tempo, que vivem “uma busca sincera do sentido último e da verdade definitiva acerca da sua existência e do mundo”. Ora, “esta busca é um verdadeiro preâmbulo da fé, porque move as pessoas pela estrada que conduz ao mistério de Deus”.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012



O Papa Bento XVI, nesta quinta-feira deu abertura au "Ano da Fé" coincidindo com o aniversário de 50 anos do histórico Concílio Vaticano II, que modernizou a Igreja católica, e convidou os 1,2 bilhão de católicos do mundo a recuperar a "tensão positiva" daquela ocasião. Centenas de bispos provenientes de todas as partes do mundo fizeram uma procissão pela Praça de São Pedro, num ato parecido com o realizado em 11 de outubro de 1962, quando teve início o Concílio Vaticano II. Ao se aproximar do altar na esplanada, os bispos entoaram um hino composto especialmente para o "Ano da Fé". Quatorze dos 70 religiosos que participaram no Concílio Vaticano II (1962-65), entre eles o monsenhor Leonardo Felice, de 97 anos, ex-arcebispo de Cerreto (Itália), estavam na procissão. Também se encontravam presentes o patriarca ortodoxo de Constantinopla, Bartolomeu I, e o chefe da Igreja Anglicana, o arcebispo Rowan Williams. A cerimônia inaugural deste "Ano da Fé", que será celebrado até novembro de 2013, foi marcada pela recordação do Concílio que modernizou a Igreja depois da convocação do Papa João XXIII, que reuniu então 2.250 bispos provenientes de todos os continentes. Bento XVI aproveitou o lançamento do "Ano da Fé" para fazer um apelo aos católicos para que se inspirem nos documentos do Concílio Vaticano II, "uma expressão luminosa da fé", e para que recuperem a "tensão positiva" de então. Lamentou, no entanto, o "deserto que a fé atravessa em alguns países", mas assegurou que "também no deserto se pode voltar a descobrir o valor que é essencial para viver". Por sua parte, o patriarca da Igreja ortodoxa de Constantinopla, Bartolomeu I, parabenizou o diálogo dentro da Igreja católica. "Nossa presença aqui mostra nosso compromisso para lançar a mensagem de salvação para nossos irmãos mais humildes: os pobres, os marginalizados", explicou. Ao final da cerimônia, o Papa mandou várias "mensagens ao povo de Deus", como fez Paulo VI em 1965, no encerramento do Concílio Vaticano II. Segundo os estudiosos, para o Papa alemão, o Concílio Vaticano II sofreu inúmeros desvios e não deu todos os frutos que deveria, mas continua sendo para a Igreja Católica o principal acontecimento das últimas décadas. O 21º Concílio da história católica permitiu a abertura de uma instituição imóvel em relação às realidades do mundo e permitiu um "aggiornamento" ("modernização") sem precedentes da Igreja, segundo o termo escolhido pela pessoa que o convocou, João XXIII. Dirigido pelo chamado "Papa Bom" e depois por Paulo VI, o Concílio trouxe consigo várias mudanças, entre elas a missa em idiomas vernáculos, a liberdade religiosa, a colaboração com outros credos cristãos e o respeito absoluto de outras religiões. Cinquenta anos depois deste encontro que reuniu 2.251 bispos em Roma, hoje a Igreja está em crise com uma deserção em massa de fiéis, dificuldades de transmitir a mensagem evangélica, crise vocacional e a existência de inúmeros escândalos de corrupção e pedofilia. As correntes conservadoras da Igreja atribuem tudo isso a uma interpretação errônea do Concílio, pois, para elas, as pessoas deixaram de falar de Deus e a religião não é mais ensinada corretamente.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Graças ao Senhor Nosso Deus pelas suas Maravilhas


Casamento, divórcio


Era bem mais fácil, escapar ao incómodo da pergunta, sobre o divórcio, e ficarmo-nos hoje, pela parte mais simpática, do acolhimento devido às crianças. Mas, bem vistas as coisas, também as duas questões são indissociáveis! Quem mais do que as crianças, estará entre as vítimas de um casamento desfeito?! A palavra de Jesus, ao contrário do que parece, não nos autoriza, a uma condenação, pura e simples, de uma separação conjugal. Jesus põe o dedo na ferida, e aponta para a raiz do problema: a dureza do coração. E esta dureza visava sobretudo, à época, o machismo dos maridos, que, segundo algumas interpretações mais permissivas da lei, podiam «despedir» a esposa, bastando, para isso, que esta lhes fizesse qualquer coisa desagradável. Ora o projecto original de Deus não contempla o domínio do marido sobre a mulher, mas visa a beleza do ideal conjugal, pelo qual um e outro cheguem a ser e a viver, como «uma só carne», um só coração, uma só alma. Os dois, marido e mulher, são chamados a partilhar o seu amor, a sua intimidade e a vida inteira, com igual dignidade e em comunhão total. Neste sentido, Deus nunca poderá abençoar uma estrutura que gere a superioridade do homem e a submissão da mulher. Se há alguma submissão, esta é de ambos e para ambos, no amor de Cristo!

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Ano da Fé


Sua Santidade, o Papa Bento XVI, decidiu proclamar um “Ano da Fé”. Começará no dia 11 de outubro de 2012, no cinquentenário da abertura do Concílio Ecumênico Vaticano II, e aniversário de vinte anos da publicação do Catecismo da Igreja Católica, e terminará na Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo, no dia 24 de novembro de 2013. Nesse mesmo mês estaremos vivendo mais um Sínodo dos Bispos, cujo tema será sobre a Nova Evangelização. Todos nós, os católicos, devemos participar desse ano com “todo seu coração, com toda sua alma e com todo seu entendimento” (Mt 22,37). Mas qual é o sentido do Ano da Fé? A fé ainda tem espaço em nossa cultura secularizada? Em um mundo cheio de misérias, fome, guerras, onde Deus parece não ter lugar e nem vez, não seria uma alienação proclamar um Ano da Fé? Para que serve a fé? Esses e outros interrogantes são propostos aos cristãos. Respondê-los se faz necessário para todos os que desejam viver sua fé com consciência, e não apenas como uma herança de seus pais e avós esquecida e guardada em um canto perdido da própria vida, e que não possui nenhuma incidência concreta no modo de viver, pensar, ser e relacionar-se. O cristão diante dessa problemática não se cala e nem deve se calar. Devemos descobrir na oração os desígnios de Deus e dar respostas adequadas. Gostaria de convidá-los a percorrer comigo um itinerário que nos leve a descobrir o significado, importância e necessidade do Ano da Fé. a. O Ano da Fé significa agradecer O ser humano, em seu estado natural, possui inteligência e vontade com potencialidades infinitas. A beleza que surge das mãos dos homens é um reflexo da beleza que surge das mãos do Criador. No entanto, não quis Deus que o homem permanecesse apenas em seu estado natural e nos deu o dom da fé. O dom da fé e da graça eleva o homem ao estado sobrenatural, somos filhos de Deus (1Jo 3,1). Neste estado podemos dizer com São Paulo “Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim” (Gal 2,20). O estado sobrenatural não está em conflito com o estado natural. A graça não destrói a natureza, a supõe, eleva e aperfeiçoa.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Santos Anjos da Guarda


A Igreja comemora, no dia 02 de Outubro, a festa dos Santos Anjos da Guarda. São eles espíritos celestes a quem Deus confiou a guarda e proteção dos homens. A cada ser humano, desde a hora de seu nascimento, foi confiado um Anjo da Guarda, que o acompanhará até o dia de sua morte, protegendo e assistindo não só contra os perigos temporais, mas especialmente contra os perigos espirituais. Embora o homem moderno procure desmistificar sua existência ou a sua permanência ao lado do homem como fiel companheiro, há provas evidentes e indiscutíveis nas Sagradas Escrituras sobre o seu ofício divino. Devemos ao Santo Anjo um afeto todo especial e temos por obrigação amá-lo, honrá-lo e invocá-lo, pois é um grande amigo que temos e que vê incessantemente a face de Deus que está no Céu. Do berço até o túmulo, o Anjo da guarda vela por nós, nos defende e desvia das ciladas do demônio. "Como um leão, ruge ao nosso lado", o demônio procura de todas as formas afastar o homem do caminho da virtude. É o que nos afirma São Pedro em sua primeira carta, capítulo 5, versículos 8 e 9: "Sede sóbrios e vigiai, porque o diabo, vosso adversário, anda ao redor de vós, como leão que ruge, buscando a quem possa devorar. 9. Resisti-lhe fortes na fé, cientes que vossos irmãos, espalhados pelo mundo, sofrem a mesma tribulação."

Neste dia em que fazemos memória do nosso protetor, a Igreja termina assim o hino e oração da manhã: "Salvai por vosso filho a nós, no amor; ungidos sejamos pelos anjos; por Deus trino, protegidos!" A palavra anjo significa, "enviado, mensageiro divino", muitas vezes encontramos as manifestações dos anjos como missionários de Deus, e por isso, com clareza lemos no salmo 91: "Pois Ele encarregará seus anjos de guardar-te em todos os teus caminhos". Quando nos deparamos com a Anunciação e outros Mistérios da vida de Jesus, conseguimos perceber que este salmo profetiza a presença dos anjos na vida do Senhor. Ora, Cristo é o primogênito de todas as criaturas, nosso irmão e modelo. Se portanto sua humanidade, apesar de unida com a Divindade, era continuamente protegida por anjos, logo quanto mais devemos ser nós, seus membros tão frágeis. Tanto o Pai quer isto que revelou a Jesus: "Guardai-vos de desprezar algum desses pequeninos, pois eu vos digo, nos céus os seus anjos se mantêm sem cessar na presença do meu Pai que está nos