Que belo desafio, para quem atravessou, com alegria, a porta da Fé, e porventura, passado algum tempo, já se sente cansado e desanimado, com vontade de voltar atrás! A Carta aos Hebreus, que proclamamos e escutámos, ao longo de sete domingos, como segunda leitura, é um grande sermão, para cristãos desorientados, dos finais dos anos 60, do primeiro século da era cristã. Muitos deles - a maioria seriam judeus - aderiu com grande alegria e entusiasmo a Cristo. Mas, com o tempo, com as dificuldades e as novidades, e também com as ameaças e perseguições à porta, sentem-se desencantados, tentados a desistir da fé, que professaram publicamente. O autor da Carta aos hebreus sacode-lhes o marasmo, o tédio e o cansaço da fé, e parece dizer-lhes: estais a sofrer demasiado, em comparação com o conhecimento que tendes de Jesus Cristo? Sentis-vos desamparados, perante a evolução das coisas e a revolução dos tempos? Estais abalados, por causa das crescentes dificuldades deste mundo, que vos resiste? Achais-vos perdidos, sem rumo nem prumo, perante o vendaval de críticas, de ódios e de perseguições, que se levantam, contra vós, contra a fé, contra a Igreja? Então, “permanecei firmes na profissão da vossa fé. (Hb 4,14) O mesmo é dizer, aprofundai as raízes e as razões da vossa fé!
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